Sua casa não é um ativo e não deve ser seu maior investimento! Por mais chocante que possa ser esta afirmação para muitos, esta é a realidade sob o ponto de vista das finanças e da geração de riqueza financeira.

“Quem casa quer casa!” Esse velho ditado, apesar de ser um pouco restrito (a casais), ilustra muito bem o sonho da casa própria. Um dos maiores desejos dos brasileiros (se não o maior) é possuir a casa própria: uma casa, um apartamento, um cantinho que possa chamar de seu.

Para realizar este sonho, muito trabalho, esforço e dinheiro são empregados, algumas pessoas passam uma vida fazendo economias e trabalhando duro para comprar uma casa à vista ou para pagar as parcelas de um financiamento imobiliário.

Com tanto esforço empregado para a realização deste sonho, é perfeitamente compreensível que as pessoas considerem sua casa com sendo um ativo, e como seu maior investimento, mas infelizmente, sob o ponto de vista do enriquecimento financeiro esse é um conceito que deve ser revisto.

 

 Porque sua casa não é um ativo?

 

Um plano de enriquecimento deve levar em conta o fluxo de caixa, ou seja, as entradas e saídas de dinheiro: tudo o que proporciona a entrada de dinheiro em seu fluxo de caixa, aumentando o saldo, é um ativo. Já o que gera saídas de seu fluxo de caixa, diminuindo o saldo, é um passivo.

Vejamos um conceito rápido do que é um ativo e um passivo sob o ponto de vista financeiro:

ATIVO: É tudo aquilo que você possa adquirir ou construir e que lhe garanta rendimentos, que lhe gere renda. Um ativo possibilita a entrada de dinheiro em seu fluxo de caixa e acelera o crescimento financeiro.

PASSIVO: Ao contrário do ativo, é tudo aquilo que quando adquirido ou construído gera despesas, gastos periódicos e constantes, os passivos contribuem negativamente no fluxo de caixa, pois reduzem o seu saldo do mesmo.

É preciso que você saiba que este conceito é bastante polêmico se considerarmos o ponto de vista contábil. De maneira simplificada, a definição de ativo e passivo para a contabilidade se resume em:

  • ATIVO = Bens e direitos
  • PASSIVO = Obrigações.

Sendo assim, observe que todo bem é considerado como ativo (até mesmo a casa própria), daí a polêmica!

Mas se deixarmos o conceito contábil de lado, considerando a casa própria, mesmo que ela esteja totalmente quitada, ou seja, mesmo que você não tenha que pagar nenhuma prestação de financiamento, ainda assim deve ser considerada como um passivo, afinal os custos que envolvem a manutenção do imóvel sempre vão existir: IPTU, reformas, manutenções, serviços de coleta de lixo etc.

Você pode me dizer que as despesas de uma casa ou apartamento se justificam se considerarmos os benefícios que uma moradia nos dá como conforto, segurança etc. Certamente isso é uma verdade, as despesas se justificam pelos benefícios, porém como um passivo, como um custo pago para se ter esses benefícios, um imóvel utilizado para moradia não coloca dinheiro em seu “caixa”, não dá dinheiro, dá apenas despesas.

Veja que estou falando da casa própria, não de investimentos em imóveis. A compra de imóveis para investimento modifica este quadro. Quando adquirimos um imóvel para alugar, por exemplo, devemos ter este imóvel como um ativo, pois os aluguéis pagos irão colocar dinheiro no bolso.

Outro exemplo são aquelas pessoas que aproveitam a valorização de uma determinada região para adquirir imóveis, alugam por um determinado período, e depois vendem o imóvel aumentando o fluxo de caixa com a diferença entre a compra e venda.

 

Porque você não deve considerar sua casa como seu maior investimento?

 

Quando se trata da casa própria, não é difícil, na verdade é bem comum, que as pessoas considerem-na como o maior investimento feito por elas, e em função disso, todos os esforços e recursos são direcionado a este “maior investimento”:  ampliações, melhorias, reformas etc.

Acontece que o imóvel onde se mora só deve ser considerado como um investimento se houver o interesse de não permanecer nele e vendê-lo.

Mas na prática, não é bem isso que acontece, a maioria das pessoas quando adquirem a casa própria, não tem intenção de vendê-la, muitas delas vão passar a vida inteira na mesma casa até se aposentarem, e irão morar lá até transmitirem o imóvel aos herdeiros que aí sim, poderão se beneficiar com uma possível valorização do imóvel.

O que quero despertar aqui é que, a menos que você tenha a intenção de vender sua casa para lucrar com uma possível valorização, não considere a casa própria como sendo seu maior investimento.

Supomos que você compre uma casa por R$ 320.000,00 e passado algum tempo o valor dela tenha chegado a R$ 1.500.000,00, o benefício desta grande valorização só será possível se você vendê-la, caso contrário, para efeito de enriquecimento financeiro de nada irá adiantar.

Por mais cruel que seja essa ideia para a maioria das pessoas, a casa própria é um passivo, e se considerada como “principal investimento” todos os recursos “investidos” nela, irão tirar a capacidade de investir em ativos que realmente possam proporcionar renda, e colaborar para o enriquecimento financeiro.

Veja que a intenção aqui não é desencorajá-lo a comprar a casa própria, e sim alertá-lo para que não cometa um grande erro financeiro adquirindo a casa própria como forma de investimento.

Qual é o seu pensamento sobre o assunto?

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Sucesso e prosperidade!